quarta-feira, 12 de maio de 2010

Org. Rev. e Comprometimento Individual

(...) Aqui são oferecidas 20 regras a ser seguidas pelo indíviduo ao lidar com o meio "pró-revolucionário":

1. Você não tem que “entrar” em nada – coloque os seus próprios termos de compromisso com o grupo.

2 .Só dê aquilo que você se sente confortável dando.

3. Nunca tolere pressão moral para participar em "ações”. Em resposta aos ativistas “holy joes” diga “não deveríamos fazer nada” para tentar criar campos diferentes.

4. A revolução não depende da sua conformidade à uma ou outra forma de consciência, então não se sinta preso à ortodoxias ou as exija dos outros.

5. Todos os grupos geralmente sobrevivem do trabalho de um ou dois indivíduos, então se você realmente contribui de alguma forma você está fazendo mais do que a maioria – e sempre fale como você mesmo e não como o grupo.

6. É possível ser pró-revolucionário e ter uma vida normal; não fuja para Brighton; não adote uma personalidade extremista; não confunda a cultura pop/drogas/de escape com revolução.

7. Se tentar “viver” a sua política você vai se separar ainda mais de outras pessoas, limitando dessa forma as experiências e perspectivas que você compartilha.

8. Tente se comprometer ao longo termo mas com um baixo nível de intensidade, entenda que o entusiasmo inicial vai acabar à medida que tudo que você faz cai em ouvidos surdos e termina em fracasso.

9. Lembre que o papel dos pró-revolucionários não é fazer as revoluções mas criticar aqueles que se proclamam revolucionários – em outras palavras: empurrar aqueles que são politizados rumo a uma consciência pró-revolucionária.

10. Só porque no futuro você vai se desiludir e esgotar-se, e pensar que pró-revolucionários são masturbadores intelectuais, não prossegue que a revolução é impossível.

11. Lembre que a revolução não canoniza os revolucionários, ela os abole.

12. Comece criticando todas as camarilhas. Se você está numa manifestação e, olhando em volta, percebe que todo mundo se veste da mesma forma e tem a mesma idade que você, há algo errado – espere que hajam agendas secretas e “feudos”.

13. Grupos só devem existir para atingir um propósito declarado a curto prazo. Todos os grupos que existiram por mais de 5 anos já sobreviveram à sua utilidade.

14. Não se deixe levar por campanhas de questão única a não ser que você especificamente queira uma reforma em particular; a revolução não vai sair de direitos animais, legalização da maconha, paz, etc.

15. Há uma tendência cíclica em grupos para “construir” grandes eventos anti-capitalistas – resista a isso, avalie porque grupos gostam tanto de um espetáculo, então pense no dia após o Primeiro de Maio.

16. Quando alguém faz uma declaração, pense pra você mesmo: quem está falando, o que eles realmente querem dizer – o que eles querem de mim?

17. Muitos pró-revolucionários tem empregos razoáveis, levam origem comfortáveis e depois mentem sobre isso/adotam sotaques de “proletários”, etc. Eles tem uma rede de segurança, e você? Não entregue demais.

18. Não procure pureza ideológica, isso não existe. Se lhe apetece, se você tem alguma razão, então participe o quanto você quiser de qualquer grupo político reformista ou instituição, enquanto você não taxá-lo de alguma importância “revolucionária”. A sua consciência pró-rev. deve se manter separada da atividade política e pessoal.

19. Não há necessidade de sair procurando “acontecimentos” – eles te encontrarão. Desse modo a sua efetividade vai ser multiplicada porque você estará pronto e agirá de um certo modo com o qual as pessoas em volta poderão aprender, por exemplo, perspectivas de solidariedade, de “nós contra eles”, de “tudo ou nada”, etc.

20. Se te ajudar, pense assim: você é um agente do futuro; você deve viver uma vida normal nas circunstâncias em que se encontra. Talvez você nunca fale a ninguém sobre tudo o que pensa mas isso não importa, porque quando a situação surgir você vai estar no lugar para dizer tudo que é apropriado porque esse é precisamente o seu papel (e o de mais ninguém). O tempo todo você está se preparando para fazer a sua contribuição, e um dia você fará algo, você não tem ideia do que é, mas será importante.

Monsieur Dupont, in "The Wind-Down of the Clockwork Lips' ", 2003.
Traduzido por L.M. em Maio de 2010.

Um comentário:

A pseudo-comunicação é fácil demais.