quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Em volta do fogo, dançamos (Parte 1)

“Pensa na escuridão e no grande frio 
Que reinam nesse vale, onde soam lamentos.”
 

Brecht, Ópera dos três vinténs

Mas o que é a escrita? A escrita é a guardiã da história... meio de acesso em urgência à memória coletiva...

E o que é o homem? Um escravo da morte, um viajante en passant, um visitante na terra...

O que é amizade? A igualdade entre amigos... a irmandade entre iguais, um projeto em comum, ainda que passageiro.

O nosso projeto era tentar emular, em uma micro-sociedade que seja, um núcleo de relações que fosse absolutamente antitético ao atual estado de coisas. Uma nova orientação, um espaço livre, por assim dizer. "A vida é curta, amigos, e se vivemos..."

E dessa maneira nós nos alistamos (i)rrevogavelmente no partido do Diabo -- o "mal histórico" que leva as condições existentes à sua destruição, o "lado mau" que faz história ao sabotar toda a satisfação estabelecida.

Não há momento mais lindo do que aquele em que um ataque contra toda uma ordem mundial é lançado desde uma clareira verdejante e isolada.

Desde o seu começo mais imperceptível você já sabe que, aconteça o que acontecer, muito em breve nada mais será como antes. Aquela vertigem de encarar o abismo ou o escuro da madrugada ou um  amor. A vertigem, aquele não saber o que fazer -- os sinais de que algo realmente importante começou a acontecer.

Num jogo de cartas marcadas, só restava mudar as regras pra poder vencer.

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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Infância

"Havia muita coisa interessante em casa, muita coisa engraçada, mas às vezes uma tristeza irresistível me sufocava, como se algo opressivo me enchesse todo, e durante muito tempo eu tinha a impressão de viver em um fosso escuro e fundo, sem visão, sem audição e sem nenhum outro sentido, cego e semimorto..."

Máximo o Amargo

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