quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Comigo me desavim (sá de miranda, 1485-1558)

Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

Com dor da gente fugia,
Antes que esta assi crecesse:
Agora já fugiria
De mim , se de mim pudesse.

Que meo espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho imigo de mim?


relembrando a profa e poetisa muy querida .

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Cenas roubadas


(Desviando de um esbarrão) 

- Desculpe.

- Desculpe.
.
.(ela se volta e segura o meu ombro)

- Ei, ei, espera aí... será que podemos começar de novo? Sei que não nos conhecemos mas... eu não quero ser uma formiga. Passamos pela vida esbarrando uns nos outros, sempre no piloto automático, como formigas... Não somos solicitados a fazer nada de verdadeiramente humano:
.
“Pare”, “Siga”, “Ande aqui”, “Dirija ali”.
.
Ações voltadas apenas pra sobrevivência. Toda comunicação servindo exclusivamente para manter ativa a colônia de formigas de um modo eficiente e civilizado:
(com um muxoxo lindo)
.
"Aqui o seu troco, senhor."
"Papel ou plástico?"
"Crédito ou débito?"
"Aceita ketchup?"
.
Não, eu não quero quero um canudo. Quero momentos humanos verdadeiros. Quero ver você. Quero que você me veja. Não quero abrir mão disso. Não quero ser uma formiga, entende?

- Entendo... mas....

(Na vida real, a moça segue e eu também. Haha, só num filme mesmo. Chega o trem. 10:15, pontual como sempre. Ufa! Sinto algo formigando... )

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