quinta-feira, 6 de maio de 2010

Um empregado do banco em que morreram os três funcionários declara:

As mortes trágicas de hoje em Atenas deixam pouco espaço para comentários – estamos todos muito chocados e profundamente entristecidos pelos acontecimentos. Para aqueles que especulam que as mortes podem ter sido causadas propositalmente por anarquistas, nós podemos dizer apenas o seguinte: não tomamos as ruas, nem arriscamos nossa liberdade e nossas vidas confrontando a polícia grega com o objetivo de matar outras pessoas. Anarquistas não são assassinos, e nenhuma lavagem cerebral por parte do Primeiro Ministro grego Papandreou, da mídia nacional e internacional deve convencer ninguém do contrário.

Com isso dito, e com os acontecementos ainda se desenvolvendo freneticamente, nós queremos publicar uma tradução “bruta” de uma declaração de um empregado do Banco Marfim – o banco cuja filial foi incendiada em Atenas hoje, onde os três empregados tiveram uma morte trágica.

Leia a carta, traduza-a, espalhe-a nas suas redes; contra-informação de base tem um papel crucial num momento em que o Estado grego e a mídia corporativa estão lançando uma ofensiva contra o movimento anarquista aqui na Grécia.

Eu sinto uma obrigação em relação aos meus colegas que morreram tão injustamente hoje para falar publicamento e dizer algumas verdades objetivos. Estou mandando essa messagem para todos os meios de comunicação. Qualquer um que ainda tenha alguma consciência deve publicá-la. O resto pode continuar a jogar o jogo do governo.
Os bombeiros nunca deram uma licença de funcionamento para o prédio em questão. O acordo para que ele funcionasse foi feito debaixo da mesa, como praticamente acontece com todos os negócios e companhias na Grécia.
O prédio em questão não tem nenhum mecanismo de segurança contra incêndio, nem planejados nem instalados – quer dizer, ele não tem chuveiros de teto, saídas de emergência ou mangueiras para incêndio. Existem apenas alguns extintores de fogo portáteis que, evidentemente, não podem ajudar a lidar com um fogo intenso numa construção que foi feita com padrões de seguranças ultrapassados à muito.
Nenhuma filial do banco Marfin deu treinamento adequado a qualquer empregado sobre como lidar com fogo, nem mesmo sobre como usar os poucos extintores. A gerência também usa os preços altos de tal treinamento como um pretexto e não tomarão sequer as medidas mais básicas para proteger seus funcionários.
Nunca houve um único exercício de evacuação em qualquer prédio para funcionários, nem sessões de treinamento por parte dos bombeiros, dando instruções para situações como essa. As únicas sessões de treinamento que houveram no Banco Marfim diziam respeito a situações de ação terrorista e estas eram planjeadas especificamente para uma fuga segura dos “cabeças” do banco em tais situações.
O prédio em questão não tinha nenhuma acomodação especial para o caso de incêndio, apesar da sua construção ser muito frágil em tais circunstâncias e dela estar cheia de materiais do chão ao teto. Materiais que são muito inflamáveis, tais como papel, plástico, fios, móveis. O prédio é objetivamente inadequado para uso como um banco devido a sua estrutura.
Nenhum membro da segurança tem qualquer conhecimento de primeiros socorros ou exstinção de incêndio, apesar deles serem praticamente encarregados da segurança do prédio. Os funcionários to banco tem que se tornar bombeiros ou seguranças de acordo com o apetite do Sr. Vgenopoulos [dono do Banco Marfin].
A gerência do banco proibiu estritiamente os empregados de sair hoje, ainda que eles tenham pedido persistentemente para fazê-lo cedo nessa manhã – enquanto eles também forçaram os funcionários a trancar as portas e repetidamente confirmaram que ela tinha permanecido trancada ao longo do dia, por meio do telefone. Eles até bloquearam o acesso à internet no prédio para prevenir os empregados de se comunicarem com o mundo exterior.
Por vários dias tem havido uma verdadeira terrorirazação dos empregados do banco sobre a mobilização desses dias, com a “oferta” verbal: ou você trabalha, ou você é demitido.
Os dois policiais à paisana que são mandados à filial em questão para prevenção de roubos não apareceram hoje, apesar da gerência ter prometido verbalmento aos empregados que eles estariam lá.
Finalmente, senhores, façam a sua auto-crítica e parem de andar por aí fingindo estar chocados. Vocês são responsáveis pelo que aconteceram hoje em qualquer estado de direito (como os que vocês gostam de usar periodicamente como exemplos principais nos seus shows televisivos) vocês já teriam sido presos pelas ações acima. Meus colegas perderam suas vidas hoje por cukpa da málicia: a maĺicia do Banco Marfim e do Sr.Vgenopoulos pessoalmente, que declarou explicitamente que quem não viesse ao trabalho hoje [5 de maio, uma dia de greve geral!] não deveria se importar em aparecer no trabalho amanhã.

Fonte: Occupied London

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A pseudo-comunicação é fácil demais.