sábado, 10 de abril de 2010

MAIPMC


Tantas coisas em promoção...um celular, talvez uma vaga no mercado de trabalho, quem sabe uma na universidade. Para os mais esforçados e servis, uma chance de ser promovido: ser aluno modelo, passar no vestibular, ser empregado do mês, filho ideal, ter uma imagem respeitável, um carro admirável...se ficamos tristes, nos “oferecem” antidepressivos e a conformidade. Se revoltados, o consolo das religiões e dos partidos políticos. Se não nos adaptamos, a polícia e o hospício estão à disposição, pra não falar das escolas-prisões. Enfim, todo o necessário para uma sobrevivência adequada da espécie!
Acontece que nem todos cabemos na oferta. O preço (nossa humanidade) pode ser barato para alguns e por algum tempo – para nós é inaceitável. A adequação pode ser melhor do que a morte, mas essas não são as únicas opções: são apenas as opções com que esse mundo nos “brinda. Talvez queiramos escolher em nosso nome. Estabelecer a nossa oferta.
Talvez, nós estejamos procurando algo diferente da morte lenta que o seu poder nos impõe.Talvez queiramos respirar, mas o ar polúido pela máquina do capital nos sufoca. Talvez queiramos ser livres e não aceitamos mais a falsa liberdade de uma gaiola maior. Talvez queiramos criar livremente, mas a sua escola nos esteriliza.
Chegamos à conclusão de que a sua oferta é a morte da nossa procura. Que não existe dignidade na escravidão, por mais pacífica que seja; que não pode haver autêntica felicidade enquanto estivermos cercados por desolação...que o peso das coisas só nos deixa mexer sem sair do lugar.
Nossa questão não é se vivemos mais ou menos pobremente, mas que a vida nos escapa. Ela nos é tomada. Resolvemos retomá-la. Cansamos de ficar isolados e impotentes: buscamos aqueles com anseios semelhantes para estabelecer novas relações. Construir a ruína desse mundo que arruína nossas vidas. Buscar os meios da nossa libertação.
A conclusão disso não se dará em palavras, mas sim em nossa vidas.

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A pseudo-comunicação é fácil demais.