“Pensa na escuridão e no grande frio
Que reinam nesse vale, onde soam lamentos.”
Brecht, Ópera dos três vinténs
Mas o que é a escrita? A escrita é a guardiã da história... meio de acesso em urgência à memória coletiva...
E o que é o homem? Um escravo da morte, um viajante en passant, um visitante na terra...
O que é amizade? A igualdade entre amigos... a irmandade entre iguais, um projeto em comum, ainda que passageiro.
O nosso projeto era tentar emular, em uma micro-sociedade que seja, um núcleo de relações que fosse absolutamente antitético ao atual estado de coisas. Uma nova orientação, um espaço livre, por assim dizer. "A vida é curta, amigos, e se vivemos..."
E dessa maneira nós nos alistamos (i)rrevogavelmente no partido do Diabo -- o "mal histórico" que leva as condições existentes à sua destruição, o "lado mau" que só faz história ao sabotar toda a satisfação estabelecida.
Não há momento mais lindo do que aquele em que um ataque contra toda uma ordem mundial é lançado desde uma clareira verdejante e isolada.
Desde o seu começo mais imperceptível você já sabe que, aconteça o que acontecer, muito em breve nada mais será como antes. Aquela vertigem de encarar o abismo ou o escuro da madrugada ou um amor. A vertigem, aquele não saber o que fazer -- os sinais de que algo realmente importante começou a acontecer.
Num jogo de cartas marcadas, só restava mudar as regras pra poder vencer.
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A pseudo-comunicação é fácil demais.