O que achei ser um retrato forte do sentimento do que é viver sob o julgo do sistema do capital. Meus cumprimentos ao Poeta pela sensibilidade e a rebeldia. Segue o poema:
Porque não me mato agora
Eu não me mato agora
porque já me mataram antes:
Mataram na infância
mataram entre escolas e igrejas
famílias e conceitos de moralidade.
Mataram-me um dia
forma deformada de uma psiquê revoltada
no medo, na incerteza, na inconstância
diante da verdade escondida
de uma sociedade ressequida
Não me mato agora
porque me mataram antes
no meu amor impedido
de proletario, de pobre
de classe, que não pode amar
porque a morte tem que matar
e a sociedade que é morte
fragmenta o tempo e aprisiona
no desespero
integre-se ou morra!
integre-se e morra!
Não me mato hoje
Porque já me mataram
ao me roubarem a luz
a saúde e a vida
mataram para governar
mataram para explorar
mataram porque tinham tudo, mas queriam mais
mataram pela obra de matar
mataram para que seguisse como gado
para como gado trabalhar
Não me mato agora
porque me mataram antes
num destino definido
nos domínios de um deus
sempre deles, nunca meu
me mataram como se mata um menino
que caminha e não dá conta
da morte que o ronda
lhe sopra ao ouvido
a vida não é nada
e quando a vida vira nada
porque impregnou-se de morte
vem o pulo, vem a ponte
mil comprimidos
overdose de cocaína
ergo o revolver à cabeça
Eis, então, a morte consumada!
porque já me mataram antes:
Mataram na infância
mataram entre escolas e igrejas
famílias e conceitos de moralidade.
Mataram-me um dia
forma deformada de uma psiquê revoltada
no medo, na incerteza, na inconstância
diante da verdade escondida
de uma sociedade ressequida
Não me mato agora
porque me mataram antes
no meu amor impedido
de proletario, de pobre
de classe, que não pode amar
porque a morte tem que matar
e a sociedade que é morte
fragmenta o tempo e aprisiona
no desespero
integre-se ou morra!
integre-se e morra!
Não me mato hoje
Porque já me mataram
ao me roubarem a luz
a saúde e a vida
mataram para governar
mataram para explorar
mataram porque tinham tudo, mas queriam mais
mataram pela obra de matar
mataram para que seguisse como gado
para como gado trabalhar
Não me mato agora
porque me mataram antes
num destino definido
nos domínios de um deus
sempre deles, nunca meu
me mataram como se mata um menino
que caminha e não dá conta
da morte que o ronda
lhe sopra ao ouvido
a vida não é nada
e quando a vida vira nada
porque impregnou-se de morte
vem o pulo, vem a ponte
mil comprimidos
overdose de cocaína
ergo o revolver à cabeça
Eis, então, a morte consumada!
Rodrigo Choinski |
Bem, não se pode morrer por que sua individualidade já foi morta e agora é apenas um cadáver que segue as "normas". Mas se alguém consegue enxergar e escrever sobre isso ela não está morta nem adormecida, ainda pode tentar acordar outras pessoas, eu-lírico é foda...
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